CPLP

CPLP
CPLP

sábado, 29 de março de 2014

II - ESPECIALIDADE – SERVIÇO DE ADMINISTRAÇÃO MILITAR

Póvoa de Varzim, local muito próximo ao Porto, portanto, fins-de-semana, desde que disponíveis, de fácil deslocação. Para o retorno ao Quartel – denominado de Grupo de Companhias de Administração Militar – era suficiente sair de casa às 6 horas da manhã de segunda-feira. Aulas teóricas consecutivas, das mais diversas matérias: Nutrição e Higiene, Contabilidade Militar, Transmissões, Armamento, Topografia, Manuseamento de Material Específico, e, obviamente, Aplicação Militar – que era ministrada fora das instalações do aquartelamento, junto à frontaria do Hospital, à vista do público passante. O Quartel era de dimensões muito reduzidas razão por que cada um de nós teve que alugar um quarto no exterior. Estávamos autorizados a trajar à civil depois do chamado Toque de Ordem (fim dos serviços diurnos normais), exceto na entrada e saída da Unidade, pelo que podíamos usufruir da beleza e encanto daquela cidade como meros cidadãos vulgares. Hoje a Póvoa de Varzim tem um Quartel completamente novo para onde foram centralizados todos os diversos ramos englobantes deste Serviço do Exército, transferidos do Lumiar, em Lisboa, que foram lá extintos.
Periodicamente, para adestramento no fogo, íamos à Carreira de Tiro em Espinho, transportados em Camiões, nos conhecidos “Matadores”.

                                                         
 Fogo com Pistola-Metralhadora
Carreira de Tiro a utilizar pelas Unidades do Norte que não possuíam uma própria. O tiro com a Metralhadora Pesada Browning era feito diretamente para o mar, pelo que previamente era transmitido às autoridades marítimas a devida informação a fim de ser feita a interdição de circulação de embarcações naquele espaço de água.
Testes e mais testes, que nos obrigavam a um estudo aprofundado, mais parecendo uma Faculdade. A obtenção duma boa nota final era importante porque a Escala de Mobilização era iniciada pela nota mais baixa. Todavia, como, à priori, os serviços competentes do Exército sabiam já qual o número de efetivos necessários para formar Batalhões e Companhias Independentes destinadas a África ou Províncias em outras paragens, e só era remetido para as Especialidades um quantitativo de militares próximo ao apurado – os restantes iam todos para Atiradores das mais diversas Armas –, pouco ou nada resultava obter a nota mais alta porque se seria sempre mobilizado. Poderia até ser contraproducente, por se correr o risco de se acabar por ser mobilizado mais tarde, em Rendição Individual, o que era prejudicial porquanto os dias de viagem não contariam para o tempo da Comissão.
Marchas finais e passagem duma semana inteira em mata apropriada, simulando-se um teatro de operações.
Findo o mês de setembro, fim da Especialidade. Separação dos camaradas de ofício e sua distribuição pelas diversas Unidades do País, mas já com subsequente mobilização assegurada pela certa. Encontrar-nos-íamos ou em África ou ainda na Metrópole, nas Unidades já mobilizadas nas quais seríamos integrados.

Carlos Jorge Mota

Sem comentários:

Enviar um comentário

Agradeço o seu Comentário, que vai ser monitorizado